quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Spot contra Oscips


Clique no rádio e ouça áudio disponibilizado pela Rede Abraço

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

trabalhemos menos, trabalhemos todos


As centrais sindicais brasileiras desenvolvem uma campanha pela diminuição da jornada de trabalho. Não pode haver campanha mais justa e humanista. Que os trabalhadores, os que produzem todas as riquezas do Brasil e do mundo, possam trabalhar menos e viver mais, até para que outros possam ter acesso ao trabalho formal e dignamente remunerado. Não se combate o desemprego apenas abrindo novas frentes de trabalho. É indispensável – como faz a proposta de reforma constitucional do governo venezuelano, que diminui a jornada de trabalho de oito para seis horas – diminuir a jornada de trabalho. Diminuir as horas de trabalho para que os trabalhadores possam dispor de um tempo para a família, o lazer, o descanso, a leitura, a luta coletiva. Para que decidam o que querem fazer com ao menos uma parte das suas vidas.

Emir Sader

leia a íntegra do artigo em Carta Maior

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Tropa de Elite: disputar a leitura do filme

Fragmento retirado do blog do Rossetto.
Para falar a verdade, ainda não vi o filme (!!), mas, pelo que tenho ouvido a respeito, acho fundamental, como disse o Rolim, aproveitar o debate por ele gerado e disputar sua leitura.
É uma boa tarefa para a rede de blogs!

"Em meio às diferentes opiniões apresentadas, chegamos a alguns consensos no final: goste-se ou não do filme, é impossível negar o profundo impacto e o debate que ele gerou. Rolim defendeu que é preciso disputar a leitura do filme.

Muita gente achou que se trata de uma obra realista, que retrata fielmente o cotidiano da segurança pública no Rio de Janeiro (e no Brasil de um modo mais geral), onde a violência do tráfico convive com a corrupção e com a prática da tortura por alguns setores da polícia. Depois do filme, defendeu Rolim, ninguém mais nega a existência desses problemas no interior de setores das nossas polícias. Para ele, esse é um mérito do filme. O suposto caráter realista do filme apresenta, no entanto, algumas armadilhas, como a aceitação e o aplauso, por parte de muitos que assistiram ao filme, da tortura e de execuções sumárias, sem julgamento, de pessoas envolvidas com o crime. Todos esses problemas, por outro lado, estão relacionados ao brutal enfraquecimento do Estado e de suas instituições, fenômeno que acaba alimentando práticas que só geram mais violência e corroem as idéias de lei, direito e direitos."






Kayser vai na couve

Fonte:
Grafar

portinho é assim

Eheh, pesquei do leandrodoro. Para descontrair.


"Provas de que Porto Alegre possui colonização açoriana

Comecei a construir esta lista hoje. Quem quiser, pode contribuir, sugerindo pôr ou retirar trechos."

— O centro da cidade exala cheiro de bacalhau, embora alguns digam ser urina.
— Possui uma banda chama Os Pá, depois rebatizada para Ospa.
— O condutor de veículos, se quiser ir duas quadras para a direita, precisa ir cinco quadras a esquerda, depois dobrar.
— Na bandeira da cidade, está escrito: "Leal e Valerosa Cidade Porto Alegre". Sim, valerosa.
— No hino municipal, diz que a água do Guaíba é um espelho. Turvo, no caso.
— O clube Juvenil é o que possui os sócios mais idosos.
— O porto-alegrense fala "verdadi", "saudadi", leiti" e acha errado quem diz verdade, saudade e leite.
— Usa diminutivo para a palavra prostituta, o que, na verdade, quer dizer "saúde", em alemão ou o sobrenome do principal rival do Airton Senna. Prost.
— Se diz gaúcho, mas odeia gaudério.
— Cerca de 30% dos que se dizem porto-alegrenses, na verdade, moram na Região Metropolitana.
— Outros 30% dos que se dizem porto-alegrensese, na verdade, nasceram em outra cidade.
— As mais belas canções sobre a cidade foram criadas por pelotenses.
— Verdes Anos é o nome de um filme, e não sintoma de uma doença venérea.
— Ocidente não é um hemisfério, mas um bar no Bom Fim
— No futebol masculino, o Brasil já é penta, mas em Porto Alegre todo mundo diz tri: tri legal, tri afim, tri massa, etc.
— Tribom quer dizer ótimo e não a marca clonada de um sorvete.
— A maioria diz que passa o domingo no brique da Redenção, mas, no final, vai pro shopping.
— O time que se diz nobre tem estádio na Azenha. O que se diz rico, de frente para o Guaíba.
— Almôndegas é nome de banda e não de bolo de carne.
— Perimetral, que é a avenida que deveria ser fora do perímetro urbano, passa pelo centro da cidade.
— A cidade tem uma Usina do Gasômetro, que em alemão pode ser chamada de KRAFTWERK, que na verdade é o nome de uma banda e tecno.

Contribuição de Lisandro Santos:
— A Casa de Espanha fica na Rua Portugal.

Contribuição do cartunista Bier:
— O centro, que deveria ficar no centro da cidade, fica numa ponta.
— Boa parte da cidade é banhada por um rio, ou seria lago, e as autoridades só investem — quando investem — no transporte rodoviário.
— Quando alguém diz que vai pro São Pedro, nunca se sabe se é pro teatro ou pro hospício.
— O acampamento Farroupilha do Parque da Harmonia é o único que, ao celebrar a Guerra dos Farrapos, consegue ser pior do que os acampamentos do tempo da Guerra dos Farrapos.
— A única coisa que não tem no Hospital de Beneficência Portuguesa é português.
— Para comer um bom prato lusitano vá no restaurante da Sociedade Espanhola.
— Os melhores bolinhos de bacalhau de cidade são de viola, sardinha, anchova, carpa e lambari.
— Ainda tem citadino que acredita em plantação de sagu.

Contribuição de Caio Brito:
Porto Alegre é a única cidade em que a Mel Lisboa é filha do Bebeto Alves.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

de um venezuelano aos editores da Veja

O venezuelano radicado no Brasil Yojin Ramones escreveu esta contestação à matéria de capa da revista Veja neste fim de semana – Chávez, a sombra do ditador. Talvez por prudência, remeteu também uma cópia ao Vermelho. Como duvidamos que a Veja a publique, reproduzimos na íntegra a mensagem, que tem a força das coisas ditas por uma pessoa que simplesmente tem apreço à verdade.

''Prezados editores da Veja, meu nome é Yojin Ramones, venezuelano vivendo no Brasil e fincando raízes neste país, já com uma filha brasileira. Escrevo estas linhas em espanhol, porque imagino que o conhecimento deste idioma é total da parte dos senhores, pela análise que fazem de meu país, a Venezuela.

A capa da última edição da revista, como outras anteriores, demonstra um desconhecimento real da situação na Venezuela. Porém o mais grave é que isso é feito de maneira intencional, manipulando totalmente a verdade para apresentar uma matriz de opinião de ditadura.

Pois bem, vou dar as características da ditadura de que os senhores falam.

Na Venezuela se recuperou a economia de uma forma acelerada, melhorando o poder aquisitivo de todos – escutem, de todos – os venezuelanos, ricos e pobres (antes eram apenas os ricos). O país tem anualmente o crescimento do PIB (Produto Interno bruto) mais elevado da América Latina.

Nessa ditadura se convoca referendos sobre os temas mais importantes do país, para que o povo opine e escolha o que quiser.

Nessa ditadura consertou-se os abusos dos bancos na exploração de seus clientes. Por exemplo, a taxa de juro anual de um cartão de crédito é de 28%. Aqui no Brasil é de 120%.

Nessa ditadura há escassez de veículos porque todos compram carros.

Essa ditadura se dá ao luxo de sofrer um golpe de Estado, e ver todos os meios de comunicação entrarem em cadeia para falar mal, humilhar e até falar xenofobicamente das pessoas, sem que exista uma só pessoa presa por isso.

Em matéria de obras, como metrôs, pontes, teleférico, aeroportos, etc., não há país da América latina que tenha tantas em apenas oito anos.

Nessa ditadura a gasolina custa 5 centavos de real o litro, o que os neoliberais chamam de populismo.

Nessa ditadura os serviços de saúde devolveram a vista a milhares de pessoas carentes de recursos, não só venezuelanos mas latino-americanos, e pela primeira vez muitos bairros pobres têm um médico para dar atenção às pessoas.

Nessa ditadura o poder é cada dia mais transferido para o povo, essas pessoas de poucos recursos, que antes só eram recordadas nas eleições, sendo tratadas como pseudo-escravos.

Essa ditadura busca na integração do Sul a prioridade do crescimento de nossas raízes e forças latino-americanas.

Por estas e muitas outras razões, essa ditadura, como os senhores a chamam, para nós é cristianismo, igualdade, esperanças. Sei que no Brasil as pessoas são muito boas, têm os mesmos desejos de progresso. Mas com a publicação dos senhores, a televisão Globo, seus canais de TV a cabo ou por satélite as pessoas não vão poder formar uma opinião, porque estão cercadas midiaticamente, hipnotizadas por programas como o BBB Brasil, para que nunca dewscubram a realidade em volta delas.

No entanto, hoje em dia as cercas vêm abaixo, as pessoas opinam, tomam atitude, quer dizer, evoluem para a busca da verdade. O tempo dará razão a quem a tiver. Sem mais para agregar e agradecendo o tempo dos senhores na leitura destas linhas,
Yojin Ramones''.


fonte: www.vermelho.org.br

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

o novo jeito de privatizar

BANRISUL

Descapitalização do patrimônio

O economista, professor e mestre em Desenvolvimento Econômico Sérgio Kapron acredita que a capitalização do Banrisul tem como estratégia central retirar o setor público de espaços econômicos onde o capital privado possa acumular lucros. Kapron foi diretor da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), de 1999 a 2002 e da Caixa Estadual Agência de Fomento, em 2002.

JB - O que lhe parece a estratégia adotada pelo atual governo estadual de capitalização do Banrisul?

Kapron - O que foi chamado de 'capitalização' pela governadora e amplamente referendado pela mídia, na verdade esconde a descapitalização do patrimônio gaúcho, o enfraquecimento do caráter público do Banrisul, a transferência de renda para grandes rentistas, a desnacionalização do Banco, ou seja, é a retomada das privatizações no RS. A Estratégia central é retirar o setor público de espaços econômicos onde o capital privado possa acumular lucros.

JB - Quais os resultados para o Banco?

Kapron - Uma parte das ações vendidas, cerca de 40%, irá aumentar o capital do banco e sua capacidade de ação. O restante, equivalente a R$ 1,2 bilhões, foi simplesmente transferência de patrimônio: do Estado do RS para o setor privado.

A questão é, para que o capital do banco será aumentado? Noventa e sete por cento das ações vendidas do Banrisul foram adquiridas por investidores estrangeiros. Se o controle acionário continua com o governo gaúcho, pois somente um plebiscito poderia autorizar sua quebra, é fato que 43% do Banrisul já foi privatizado. E 41% do capital foi para as mãos de estrangeiros. Em média, cada um destes investidores adquiriu R$10,9 milhões em ações, ou seja, são grandes investidores, representantes das grandes fortunas que circulam o mundo em busca de lucros para aumentar seus patrimônios.

O que esperam estes investidores? Que o Banrisul financie a agricultura familiar do RS? A produção de alimentos? As micro e pequenas empresas geradoras de empregos? A economia popular solidária? Habitação Popular? Preferencialmente eles esperam que o Banco não faça isso. O que esperam é, em primeiro lugar, valorização das ações. Em segundo, o maior volume possível de lucros e dividendos distribuídos. Pois quando estes objetivos entram em primeiro plano, aqueles, que são sociais ou de desenvolvimento local, precisam ser deixados de lado. Inclusive aquelas agências bancárias de pequenas cidades, que movimentam poucos recursos, deixam de ser prioridade. Nos parece que fica uma evidente contradição entre um Banco público, voltado para o desenvolvimento local, para geração de empregos com distribuição de renda, e um Banco pautado pela geração de lucros para grandes investidores.

JB - Isso traz resultados positivos para a resolução do problema financeiro do Estado? Como?

Kapron - Não acredito que traga qualquer modificação estrutural na situação financeira do Estado. Este mês a governadora já usou R$ 13,6 milhões do que era patrimônio do banco para custear as despesas cotidianas, embora disfarçados sob o nome de fundos previdenciários. E assim o fará por mais 83 meses até exaurir os R$ 1,2 bilhões de patrimônio vendido. Isso se a governadora não mudar de idéia e gastar antes, como já ocorreu com o fundo do Magistério no governo Britto. Acontece que estes recursos, agora gastos, desaparecerão com o tempo. Já os lucros do Banco que irão para os investidores e deixarão de vir para os cofres do estado, serão para sempre, ano após ano. É como o produtor que vende a vaca e deixa de receber a renda do leite vendido.

JB - Então, o processo de capitalização dos bancos públicos parece estar sendo feito aos mesmos moldes do que ocorreu em governos anteriores?

kapron - Os sujeitos políticos que protagonizaram as reformas neoliberais nos anos 90 e que agora vendem o Banrisul, são os mesmos. Os discursos podem ter sido mediados, em função dos péssimos resultados que a sociedade colheu. As últimas eleições, em quase toda América Latina, comprovam isto. Mas o fato é que o projeto de sociedade que propõe mais espaços para o mercado acumular lucros, em detrimento de espaços públicos ou direitos universais, continua vivo. Se depender dos representantes desse projeto, o povo do RS deixará de contar não só com o Banrisul, como também com a Cia Processadora de Dados, a Sulgás, o que restou da CEEE, além das Fundações do Trabalho, de Pesquisa, da TVE,

Fonte: jornal João de Barro, setembro de 2007

terça-feira, 21 de agosto de 2007

mídia alternativa em debate

Mídia alternativa em debate na Casa dos Bancários
Fonte: SindBancários
Publicado em: 20/8/2007 - 14:33

A Casa dos Bancários realiza na próxima quarta-feira, dia 22, um debate sobre Mídia Alternativa e Disputa de Hegemonia, a partir das 19h. O moderador Chico Vicente, metroviário e ex-presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), terá como convidados para discutir o tema o presidente do SindBancários, Juberlei Bacelo, os jornalistas Marco Aurélio Weissheimer e Kátia Marko, e o diretor da Abraço, Josué Lopes.

A informação e a comunicação constituem-se em elementos essenciais da vida moderna. A instantaneidade das notícias, a velocidade e a freqüência das informações moldam um mundo globalizado e em permanente disputa.


Os grandes meios de comunicação de massa são dominados pelos donos do poder, os quais se utilizam destas técnicas para vender mercadorias, ideologias e valores culturais, visando o lucro e o poder. Porém, diversos recursos, tais como, blogs, orkuts, sites, messengers, imprensa sindical, rádios e tvs comunitárias, jornais independentes e outros meios são utilizados para também informar e comunicar.


A potencialização destas pequenas estruturas na disputa de hegemonia na sociedade, a estratégia para combater o monopólio e a ditadura da mídia nos dias atuais serão debatidos pelos convidados. Você é nosso convidado.

Venha participar!


LOCAL: Casa dos Bancários (Rua General Câmara, 424), em Porto Alegre.

viram a notinha na capa?

Repararam na pequena notinha, à direita, na capa da 0Hora de hoje sobre terem sido encontrados selos na casa da assessora da Yeda?

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

bastidores do Cansei


Hebe se irrita com pergunta e Ivete se cala em ato
Sexta, 17 de agosto de 2007, 15h32
Raphael Prado (foto e texto) - Terra Magazine


"Estou vendo pessoas de cabelos grisalhos. Somos do tempo em que não nos trancávamos em casa, que não existia tanta gente para mexer em nosso patrimônio." Assim o locutor anuncia o início do protesto do movimento Cansei nesta sexta-feira, que lembra um mês do acidente com o Airbus da TAM.

O público - as estimativas variam de duas a cinco mil pessoas - segundo a Polícia Militar, ocupa a Praça da Sé, no centro de São Paulo. Ali estão todos divididos em dois grandes grupos. O palco, de costas para a Catedral da Sé, dentro da qual a realização do protesto foi vetada pela Arquidiocese, separa a multidão de homens, mulheres, negros e brancos, ricos e pobres. Na escadaria da Catedral, sentados e com guarda-sóis, senhoras maquiadas, homens de terno e jovens de óculos escuros de grife.

Aos poucos, os artistas chegam. Com eles os gritos de "Fora imprensa", em direção a repórteres e cinegrafistas que impedem o povo de cumprir o objetivo principal de estar ali: ver as celebridades.

- E o Paulinho Vilhena, não vinha? - pergunta a jovem de câmera em punho.

- Quem é aquele ali? - questiona outro.

Hebe Camargo chega. Camiseta com a bandeira do Brasil e mais um par de óculos de grife. Gracinha de sorriso.

Hebe não contava com a pergunta ácida de um cidadão que se recusa a sair da "área vip", com argumento de que está em uma praça pública:

- E o Maluf, que você apoiou tanto tempo?

Irritada, Hebe põe o dedo em riste:

- Eu cresci às minhas próprias custas, às custas do meu trabalho.

O cidadão é o engenheiro José Carlos Caldeira Braga, de 70 anos. Usa um broche com as bandeiras do Brasil e da Venezuela. É ironizado pelos advogados, conselheiros da OAB-SP e outros elegantes senhores da "área vip":

- Vou até tirar uma foto. Vira pra cá, ô Evo! - Confundindo o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com o da Bolívia, Evo Morales.

Luiz D'Urso, presidente da OAB-SP, discursa. Reitera que o movimento é apartidário. Pede solidariedade às famílias das vítimas do vôo da TAM a 5 minutos das 13h. Os familiares das vítimas, como relata Vagner Magalhães, do Terra, sentiram-se "usados" no ato. Leia mais aqui.

Continuam as reclamações do público com os repórteres, que tapam a visão para as celebridades.

Um minuto de silêncio. Seguem preces e orações. Um padre, um rabino e um pastor metodista. Agnaldo Rayol canta o hino nacional. Sem Ivete Sangalo, como havia sido anunciado, para frustração geral.

Ivete que, em 2001, participou de abaixo-assinado em apoio ao senador Antonio Carlos Magalhães, quando este violou o painel de votação do Senado (leia aqui trecho do documento). A cantora costumava também fazer reverências a líderes carlistas na passarela do Campo Grande durante o Carnaval de Salvador.

Um tímido "Fora Lula" é puxado por alguns. É abafado por um "Viva o Brasil". Algumas fotos no palco e as celebridades começam a sair. Os manifestantes da praça da Sé deixam o chão para subir em escadas, pilares e muretas.

Hebe vai deixando o ato. É questionada se a sociedade, os pobres, estão participando do movimento.

- Tá todo mundo aí. - responde, ainda com um resquício de mau humor diante das perguntas.

Sai Ivete Sangalo. Impossível chegar até ela. Muitos querem tirar fotos. Um cidadão quer entregar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Não consegue.

No corredor de isolamento que ligava o palco à sede da OAB, a uma distância de cerca de 400 metros, os artistas se despedem. Um conselheiro da Ordem conversa com outro:

- Foi bom, né?

- Só foi ruim por causa da Ivete. Podia ter cantado uma, né?

Hebe Camargo entra em seu Mercedes e se despede do povo. Deixa chorando uma humilde senhora, que se cansou de esperar para cumprimentá-la.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Banrisul lucra R$ 725,1 milhões no semestre

Estima-se que a venda de cerca de 42% das ações do Banrisul "renderá" cerca de R$ 2 bilhões. Desse total, cerca de R$ 800 milhões referem-se a ações primárias que ficam com o Banrisul, como incremento de capital. Ao Estado, portanto, serão repassados cerca de R$ 1,2 bilhões de reais.

Recentemente, o banco divulgou seu balanço semestral: lucro de R$ 725,1 milhões, 283,9% superior ao apurado no mesmo período de 2006

Com a venda das ações, daqui pra frente o banco terá que repassar cerca de 40% de seu faturamento para os grandes investidores privados internacionais que compraram ações, certo? Lamentavelmente, sim.

Pois bem, se o banco seguir com lucratividade semelhante à divulgada esse semestre, em poucos anos o valor acumulado que o caixa único do Estado deixará de receber será maior do que o valor "capitalizado". É só fazer os cálculos.

Portanto, de todos os ângulos que se olha a questão, a venda das ações do Banrisul comandada por Yeda foi péssima para os interesses do povo do Rio Grande do Sul.

Além disso, é evidente que de nada adianta, para a sociedade gaúcha, ter um banco estatal com lógica privada. Temos que lutar para que o Banrisul seja cada vez mais um banco público, exercendo sua função social, auxiliando no desenvolvimento do Estado, distribuindo riqueza, fomentando a economia...

Evidentemente, essa não é a visão dos investidores internacionais que compraram as ações e vão participar da gestão do banco...

sejamos didáticos (ou: Elvino vai na couve)


Por todo o histórico citado abaixo, vê-se que foi de uma felicidade imensa a fala do deputado Elvino Bohn Gass, durante a sessão de ontem. Em uma intervenção extremamente didática, o parlamentar afirmou que o problema é exatamente que os governistas anunciam a capitalização do Banrisul, pois capitalizar, no dicionários destes, significa privatizar.

No link abaixo, recente carta aberta de Elvino aos bancários.

Carta Bohn Gass


Foto: Caco Argemi

Banrisul e CRT: a farsa da capitalização


A grande mídia gaúcha tem comparado a sessão de ontem na assembléia legislativa, que buscou legitimar a venda das ações do Banrisul feita pelo governo Yeda há alguns dias, com as manifestações ocorridas na mesma casa na época da privatização da CRT. Infelizmente, como já era esperado, na repercussão das errebeesses da vida, as semelhanças se resumem à "baderna" feita pelos manifestantes.

Na verdade, há realmente muitas semelhanças nos processos de capitalização (que culminou na privatização) da CRT e do banco público dos gaúchos. A começar pelos partidos que governavam com Britto e hoje governam com Yeda. Aliás, os mesmos que apoiavam FHC quando este vendeu a Vale a preço de banana.

Vejamos mais semelhanças, a partir dos anais de audiência pública (a foto acima é também desse link) ocorrida 19/11/1996 na Assembléia Legislativa, em que se debateu proposta do governo Britto de capitalização da CRT (venda de 35% das ações ordinárias).

Primeiramente, a tentativa de despolitização da própria política...

O SR ASSIS ROBERTO SANCHOTENE DE SOUZA (então secretário de Energia, Minas e Comunicações) – Acredito que se entrarmos na questão ideológica, não vamos tirar o proveito que esta reunião merece, bem como esta platéia (...)

rebatida por Koutzii...
O SR FLÁVIO KOUTZII (PT)a formulação geral que o levou a considerar inoportuna a presença de conteúdos ideológicos leva-me a fazer uma observação quase primária: não discussão sem ideologia, isso não existe e nunca existiu. Nenhum dos presentes, nem os estritamente técnicos, têm opiniões técnicas apenas sobre uma reforma profunda da estrutura do Estado. Se esse é o tema geral em que está mergulhado o tema da CRT, mesclam-se aí concepções de política pública, concepções de direitos do cidadão. Isso é eminentemente uma concepção mais complexa, oportuna e legítima.

Também pela postura da bancada de oposição, que, como hoje, alertava a sociedade gaúcha da real intenção do governo:

A SRA JUSSARA CONY (PC do B)Esse é um primeiro momento de debates, até porque – pelo menos no meu entendimento – pairam muitas dúvidas em relação à forma como o Governo do Estado está entregando a CRT, abrindo suas portas para a total privatização (...)

O SR FLÁVIO KOUTZII (PT) – Particularmente tenho sustentado que o que caracteriza o Governo Britto, de forma muito resumida, é a sistemática venda de patrimônio (...)

O SR POMPEO DE MATTOS (PDT) O secretário manifestou-se no sentido de que o governo jamais vai ignorar a lei no sentido de vender mais de 51% das ações sem ouvir a assembléia. Tenho a impressão de que logo, logo vão ouvir a Assembléia (...)

Entretanto, os parlamentares oposicionistas, como hoje, eram acusados de fazer um falso debate. No próprio segundo turno das eleições de 1994, foi amplamente divulgada uma carta do candidato Antônio Britto "desmentindo boatos da Frente Popular". Um dos compromissos assumidos nessa carta era não vender ou tansferir participação do Governo do Estado no capital da CRT. E, claro, o discurso/manobra de abertura de capital, ou capitalização, nunca privatização.

O SR ASSIS ROBERTO SANCHOTENE DE SOUZAEstá claro, porque estamos repetindo pela terceira vez (...) quanto ao controle acionário, podemos assegurar-lhe que, em nenhum momento, esa dúvida nos passa pela cabeça. Temos um compromisso com a sociedade do Rio Grande do Sul e com uma lei aprovada por esta Casa no sentido de que o Estado, em nenhum momento, perderá p controle acionário da empresa.

IDEM: Gostaria de esclarecer que todos os compromissos que o governador Antônio Britto assumiu nesta carta continua de pé (...) O governador não revisou nenhum compromisso. Todos os compromissos que o governador assumiu na carta que enviou aos funcionários da CRT estão sendo e serão cumpridos.

O SR PAULO ODONE (PMDB) No governo passado, esta Casa formou uma comissão para debater o seguinte tema: a CRT e a sua privatização ou abertura do seu capital (...) não estamos aqui julgando se devemos ter um Estado dono do serviço público ou não (...) quando o Governador Antônio Britto mandou essa lei para esta Casa, no ano passado (...), alertou-nos para o fato de que a maioria do partido não iria querer privatizar a CRT.

IDEM: O pedido para esta audiência pública surgiu da necessidade de esclarecimentos sobre denúncias ou sobre irregularidades que o governo vinha cometendo nesse processo de abertura de capital da CRT, embora o chamem de privatização da CRT.

O SR CRISTIANO TATSCH ( então presidente da CRT) No que diz respeito ao autofinanciamento e às capitalizações, estamos vendo, mais uma vez, que o governo procurou colocar a empresa dentro do processo produtivo (...)



segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A invenção da crise


Introdução da entrevista abaixo:

A invenção da crise

Marilena Chauí

Era o fim da tarde. Estava num hotel-fazenda com meus netos e resolvemos ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”. Fiquei estarrecida e minha primeira reação foi típica de sul-americana dos anos 1960: “Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?”. Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: “Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!”. Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento.
Fiquei ainda mais perplexa: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta e angustiada desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias, o locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como “parece que”, “pode ser que”, “quando se souber o que aconteceu”. E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas?
Mudei de canal. E a situação se repetia em todos os canais: primeiro, a afirmação peremptória de que se tratava de mais um episódio da crise do apagão aéreo; a seguir, que se tratava de mais uma calamidade produzida pelo governo Lula; em seguida, que não se sabia se a causa do acidente havia sido a pista molhada ou uma falha do avião. Pessoas eram entrevistadas para dizer (of course) o que sentiam. Autoridades de todo tipo eram trazidas à tela para explicar porque Lula era responsável pelo acidente. ETC.
Mas de todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007 (incluindo o que matou o próprio dono da empresa!), o que me deixou paralisada foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!!!

Marilena Chauí

Entrevista exclusiva ao blog Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, em 30/07/2007.

1) Que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na “crise aérea” ?

Meu relato já lhe dá uma idéia do que penso. O que mais impressiona é a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!

Mas acho que vale a pena lembrar o essencial: desde o governo FHC, há o projeto de privatizar a INFRAERO e o acidente da GOL, mais a atitude compreensível de auto-proteção assumida pelos controladores aéreos foi o estopim para iniciar uma campanha focalizando a incompetência governamental, de maneira a transformar numa verdade de fato e de direito a necessidade da privatização. É disso que se trata no plano dos interesses econômicos.

No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: “o povo votou contra a opinião pública”. Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!


Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:

a) não dá às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...
b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população. Primeiro, atribuiu o acidente à pista de Congonhas e à Infraero; depois aos excessos da malha aérea, responsabilizando a ANAC; em seguida, depois de haver deixado bem marcada a responsabilidade do governo, levantou suspeitas sobre o piloto (novato, desconhecia o AIRBUS, errou na velocidade de pouso, etc.); passou como gato sobre brasas acerca da responsabilidade da TAM; fez afirmações sobre a extensão da pista principal de Congonhas como insuficiente, deixando de lado, por exemplo, que a de Santos Dumont e Pampulha são menos extensas;
c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da INFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;
d) definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados; em suma, produziu uma cronologia que faz coincidir os problemas do setor e o governo Lula;
e) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!); etc.
f) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que Congonhas, entre 1986 e 1994, só fazia ponte-aérea e, sem mais essa nem aquela, desde 1995 passou a fazer até operações internacionais. Por que será? Que aconteceu a partir de 1995?
g) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que, desde os anos 1980, a exploração imobiliária (ou o eterno poder das construtoras) verticalizou gigantesca e criminosamente Moema, Indianópolis, Campo Belo e Jabaquara. Quando Erundina foi prefeita, lembro-me da grande quantidade de edifícios projetados para esses bairros e cuja construção foi proibida ou embargada, mas que subiram aos céus sem problema a partir de 1993. Por que? Qual a responsabilidade da Prefeitura e da Câmara Municipal?

2) Como a sra. avalia a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio ?

Fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva.

O que teria sido politicamente eficaz e adequado?
Já na primeira hora, entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras.
Todos os dias, no chamado “horário nobre”, entrar em rede nacional de rádio e televisão, expondo as ações do dia não só no tocante ao acidente, mas também com relação às questões aéreas nacionais, além de apresentar novos fatos e novas informações, desmentindo informações incorretas e alertando a população sobre isso.
Mobilizar os parlamentares e o PT para uma ação nacional de informação, esclarecimento e refutação imediata de notícias incorretas.


3) Em “Leituras da Crise”, a sra. discute a tentativa do impeachment do Presidente na chamada “crise do mensalão”. A sra. vê sinais de uma nova tentativa de impeachment ?
Sim. Como eu disse acima, a mídia e setores da oposição política ainda estão inconformados com a reeleição de Lula e farão durante o segundo mandato o que fizeram durante o primeiro, isto é, a tentativa contínua de um golpe de Estado. Tentaram desestabilizar o governo usando como arma as ações da Polícia Federal e do Ministério Público e, depois, com o caso Renan (aliás, o governador Requião foi o único que teve a presença de espírito e a coragem política para indagar porque não houve uma CPI contra o presidente FHC, cuja história privada, durante a presidência, se assemelhou muito à de Renan Calheiros). Como nenhuma das duas tentativas funcionou, esperou-se que a “crise aérea” fizesse o serviço. Como isso não vai acontecer, vamos ver qual vai ser a próxima tentativa, pois isso vai ser assim durante quatro anos.

4) No fim de “Simulacro e Poder” a sra. diz: “... essa ideologia opera com a figura do especialista. Os meios de comunicação não só se alimentam dessa figura, mas não cessam de instituí-la como sujeito da comunicação ...Ideologicamente ... o poder da comunicação de massa não é igual ou semelhante ao da antiga ideologia burguesa, que realizava uma inculcação de valores e idéias. Dizendo-nos o que devemos pensar, sentir, falar e fazer, (a comunicação de massa) afirma que nada sabemos e seu poder se realiza como intimidação social e cultural... O que torna possível essa intimidação e a eficácia da operação dos especialistas ... é ... a presença cotidiana ... em todas as esferas da nossa existência ... essa capacidade é a competência suprema, a forma máxima de poder: o de criar realidade. Esse poder é ainda maior (igualando-se ao divino) quando, graças a instrumentos técnico-cientificos, essa realidade é virtual ou a virtualidade é real...” Qual a relação entre esse trecho de “Simulacro e Poder” e o que se passa hoje ?

Antes de me referir à questão do virtual, gostaria de enfatizar a figura do especialista competente, isto é, daquele é supostamente portador de um saber que os demais não possuem e que lhe dá o direito e o poder de mandar, comandar, impor suas idéias e valores e dirigir as consciências e ações dos demais. Como vivemos na chamada “sociedade do conhecimento”, isto é, uma sociedade na qual a ciência e a técnica se tornaram forças produtivas do capital e na qual a posse de conhecimentos ou de informações determina a quantidade e extensão de poder, o especialista tem um poder de intimidação social porque aparece como aquele que possui o conhecimento verdadeiro, enquanto os demais são ignorantes e incompetentes. Do ponto de vista da democracia, essa situação exige o trabalho incessante dos movimentos sociais e populares para afirmar sua competência social e política, reivindicar e defender direitos que assegurem sua validade como cidadãos e como seres humanos, que não podem ser invalidados pela ideologia da competência tecno-científica. E é essa suposta competência que aparece com toda força na produção do virtual.
Em “Simulacro e poder” em me refiro ao virtual produzido pelos novos meios tecnológicos de informação e comunicação, que substituem o espaço e o tempo reais – isto é, da percepção, da vivência individual e coletiva, da geografia e da história – por um espaço e um tempo reduzidos a um única dimensão; o espaço virtual só possui a dimensão do “aqui” (não há o distante e o próximo, o invisível, a diferença) e o tempo virtual só possui a dimensão do “agora” (não há o antes e o depois, o passado e o futuro, o escoamento e o fluxo temporais). Ora, as experiências de espaço e tempo são determinantes de noções como identidade e alteridade, subjetividade e objetividade, causalidade, necessidade, liberdade, finalidade, acaso, contingência, desejo, virtude, vício, etc. Isso significa que as categorias de que dispomos para pensar o mundo deixam de ser operantes quando passamos para o plano do virtual e este substitui a realidade por algo outro, ou uma “realidade” outra, produzida exclusivamente por meios tecnológicos. Como se trata da produção de uma “realidade”, trata-se de um ato de criação, que outrora as religiões atribuíam ao divino e a filosofia atribuía à natureza. Os meios de informação e comunicação julgam ter tomado o lugar dos deuses e da natureza e por isso são onipotentes – ou melhor, acreditam-se onipotentes. Penso que a mídia absorve esse aspecto metafísico das novas tecnologias, o transforma em ideologia e se coloca a si mesma como poder criador de realidade: o mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de “realidade”.
Mas essa onipotência da mídia tem sido contestada socialmente, politicamente e artisticamente: o que se passa hoje no Iraque, a revolta dos jovens franceses de origem africana e oriental, o fracasso do golpe contra Chavez, na Venezuela, a “crise do mensalão” e a “crise aérea”, no Brasil, um livro como “O apanhador de pipas” ou um filme como “Filhos da Esperança” são bons exemplos da contestação dessa onipotência midiática fundada na tecnologia do virtual.

Diário Gauche

A partir de hoje, leia o Diário Gauche em www.diariogauche.blogspot.com
"O importante hoje na política não é tornar as pessoas livres, mas sim levá-las a pensar que o são". Jean Baudrillard (apresentação do blog)

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

A mercantilização do Banrisul

O líder da bancada do PT, Raul Pont, classificou de afronta à Assembléia Legislativa a venda das ações do Banrisul sem prévia aprovação dos fundos para os quais os recursos provenientes da operação seriam destinados. Segundo o deputado, o governo do Estado se aproveitou do recesso parlamentar para apressar a liquidação de ativos do banco e tornar a transação um fato consumado.

"A pressa do governo revela que seu real objetivo é privatizar o Banrisul. Se o propósito fosse custear as aposentadorias dos servidores, não haveria a necessidade de colocar ações no mercado. Bastaria a utilização de um percentual do montante do lucro detido pelo Estado", argumentou o petista.

Um substituto da bancada do PT aos projetos que criam os chamados fundos previdenciários tramita no Legislativo com este objetivo. A proposra estabelece uma fonte permanente para o financiamento das aposentadoria do funcionalismo sem vender patrimônio público. O projeto destina 50% das receitas oriundas dos rendimentos do Banrisul (juros sobre capitais) para o fundo de previdência e proíbe a venda de ativos que possam reduzir estas receitas.

Na tribuna, Pont fez um apelo para que os deputados que assinaram o requerimento para a criação da Frente de Defesa do Banrisul Público para aprovem a proposta alternativa. "Honrem as assinaturas e defendam o Banrisul deste golpe orquestrado pelo governo do Estado. Podemos impedir que ele se confirme, aprovando uma proposta que garante a previdência dos servidores e mantêm o caráter público do banco", apelou.

O líder do PT afirmou , ainda, que os fundos propostos pelo Executivo não são previdenciários, mas financeiros. Segundo ele, tudo indica que os recursos oriundos da venda das ações acabarão na vala comum do caixa único do Estado. "O projeto do governo confere à Secretaria da Fazenda a missão de administrar os fundos e não ao Instututo de Previdência do Estado, que deveria ser transformado em órgão gestor e administrar os recursos", apontou.

Pont alertou que os recursos do Fundo de Previdência do governo Yeda poderão ter o mesmo destino que os R$ 600 milhões do Fundo do Magistério, criado pelo governo Britto. "Quatro meses antes do governo Britto terminar, os recursos diluiram-se no caixa único", lembrou.

Privatização à vista

As semelhanças entre o processo de privatização de outras estatais gaúchas e a venda de ativos do Banrisul também foram lembradas pelo líder do PT. "Quando o governo vendeu 35% da CRT dizia que a transação tinha o objetivo de fortalecer a empresa. Seis meses depois, privatizou integralmente a telefonia no Rio Grande do Sul com enormes prejuízos para a população. A tarifa básica que era de R$ 0,61 chega a R$ 40,00 atualmente", comparou.

A venda de 47% das ações preferenciais do Banrisul, segundo o petista, abre o caminho para a constituição de um perfil de banco privado, acarretando danos aos gaúchos. Ele prevê que o abandono do caráter público da instituição poderá gerar um processo de fechamento de agências pouco lucrativas, expulsão das camadas mais pobres e redução das linhas de crédito para a agricultura familiar.

"O governo está trabalhando para imprimir no Banrisul uma lógica mercantil com predominância da especulação financeira sobre políticas de fomento ao desenvolvimento do Estado", finalizou.

fonte: Olga Arnt | PT
publicado em: SindBancários

Quem nos salva da bondade dos bons?

No último fim de semana aconteceu, em São Paulo, a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro. O encontro é preparatório à campanha salarial (a data base dos bancários é 1º de setembro).

Dentre as resoluções, a aprovação da contratação da renda variável. Para que conhece o assunto, sabe o quanto ele é polêmico. Para mim, essa aprovação demonstra o quanto é necessário que o movimento sindical recupere suas referências, pois essa aprovação vai DE encontro a tudo o que o movimento sindical defendeu historicamente. Além de ser uma clara capitulação frente à concepção estabelecida pelo sistema patronal, prejudica inclusive a saúde da categoria bancária, visto que um dos principais motivos de sofrimento e adoecimento desses trabalhadores é o assédio moral/violência organizacional provocada pelo estabelecimento de metas absurdas.

Dêem uma lida em no texto abaixo (resumo de um email), o primeiro que recebi após a polêmica aprovação. Nos próximos dias, vou procurar enriquecer esse debate com outros textos.


Quem nos salva da bondade dos bons?

O que gostaria de chamar a atenção foi para o resultado de o debate mais relevante deste fórum. (...) tivemos uma votação infeliz, tema do meu constrangimento, que colocava na pauta das renvindicações a contratação sobre a renda varíavel.Para quem não é bancário: o empregado ganha mais se vender produtos e sobre este ganho incide o FGTS, férias, 13°,etc. Implica dizer que no mínimo, se não o fizer, não receberá o adicional e, portanto ficará fadado ao salário básico garantido pela legislação.Além disto sofrerá ainda mais com a pressão psicológica do banqueiro que irá cobrar sobre esta venda ou sua falta.


Penso que nossas ações deveriam correr outro curso: lutarmos para o fim das metas,a favor do aumento real de nosso salário, garantindo mais tranquilidade ao exercermos nossa profissão sem “bafo na nuca”, pois de outra maneira, estamos entranto na cantilena da pós-modernidade, onde alguém sabe que seu sustento depende da venda de produtos e consequentemente terá problemas de saúde que amplia o campo de atuação desde o psicológico, até a ler/dort (por causa da velocidade com que tem que fazer tudo para produzir), e tantos outros já conhecidos.


Segundo a articulação bancária, influenciada pelo pensamento positivo, isto é “bom”, pois vai regrar os abusos dos bancos e os sindicatos poderão fiscalizar o que já acontece.(...)


Na minha opinião, isto parece mais uma política da inevitabilidade, da descrença da luta pela qual estamos nos sindicatos e mais, parafraseando o que foi dito na conferência “esta é a política do: já que o estupro é inevitável, relaxa e goza”, afinal não se pode fazer mais nada. Ora, tanto no grupo em que participei, quanto das conferências por bancos, vi, no mínimo, dezenas de companheiros lesionados, com depressão por pressão do seu gerente e soube até sobre suicídio na categoria. Qual a razão? A já citada fragmentação do mundo do trabalho e o uso da tecnologia para fazer o trabalhador estar em todos os lugares ao mesmo tempo, refletido na categoria em pressão por metas.Para piorar a situação, no momento da perícia (INSS/“nosso governo”), os trabalhadores são desrespeitados, como se estivessem mentindo sobre sua saúde e ainda, quando voltam pra os locais de trabalho, tentam sobreviver à condição de penúria.


Desta maneira, na segunda-feira, por mais que discutíssimos sobre o que poderia ser feito para ajudar os companheiros adoecidos, a principal ferramenta que causa esta dor, já havia sido aprovada pelo “martelo da bondade” vinte e quatro horas antes pela Artban e sua “carta de intenções”.


Marcelo Caon (diretor do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e historiador)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Eventos na Capital reverenciam ideais de Simon Bolívar

Duas atividades marcam, na Capital, entre esta quinta-feira, dia 26, e a próxima terça-feira, dia 31, os 214 anos de nascimento de Simon Bolívar. Um dos ícones da esquerda latino-americana, Bolívar nasceu em 24 de julho de 1793. Suas idéias são revividas principalmente hoje pelo presidente venezuelano Hugo Chavez.

A Associação Cultural José Martí prevê dois eventos para reverenciar Bolívar. Hoje haverá jantar no Clube Geraldo Santana (Rua Luis de Camões, 337), com música latina no cardápio, a partir das 20h. Os convites custam entre R$ 15 e R$ 20.

Dia 31, às 19h, ocorre o debate O Legado de Simon Bolívar e a Revolução Bolivariana, no auditório da Casa dos Bancários (Rua General Câmara, 424). As duas iniciativas têm apoio do SindBancários. Nessa quarta-feira, dia 25 de julho, a Associação Cultural José Martí completou 23 anos de existência.


Fonte: SindBancários



quarta-feira, 25 de julho de 2007

Temores sobre os transgênicos estão se confirmando, diz cientista gaúcho

Geneticista Flávio Lewgoy revela que já há vários casos comprovados no mundo de graves danos à saúde humana e animal provocados pelo uso de transgênicos. "O que os críticos dos transgênicos sempre disseram está aparecendo, e em grau exponencial, mostrando que se tratam de produtos de alto risco", afirmou o cientista à EcoAgência.

Porto Alegre, RS - Um parecer científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), dirigido ao Conselho Estadual de Saúde, põe mais lenha na fogueira desse debate. O texto afirma, com todas as letras, que estão comprovados os riscos dos transgênicos à saúde humana e animal.

Elaborado pelo químico e especialista em genética Flávio Lewgoy, ex - professor titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e conselheiro da Agapan, o documento destaca que, em 1999, ele já tinha alertado a respeito do potencial nocivo dos OGMs, como resultado dos genes alienígenas inseridos em seus genomas.

“Desde então, pesquisas científicas em renomadas instituições de vários países, bem como relatos de casos, evidenciam que esse potencial se concretizou, em alto risco à saúde pública e animal, com a liberação comercial de variedades Geneticamente Modificadas de soja e milho sem avaliação adequada”, afirma Lewgoy.

A seguir, ele enumera no documento de quatro páginas, com a citação das fontes científicas, vários exemplos disso. Tais pesquisas, observa, foram publicadas em periódicos científicos internacionais, de reconhecida seriedade, após rigorosa revisão por painéis de especialistas da mesma área – o chamado “peer review”. “Os artigos expõem anomalias na bioquímica, sistema imune, anatomia, crescimento, reprodução e comportamento em animais aliementados com batatas, milho ou soja geneticamente modificados”, assinala Lewgoy.

Pesquisas com roedores

São impressionantes, por exemplo, os resultados citados de pesquisas com roedores alimentados com transgênicos.

No Rowett Institute, em Aberdeen, Escócia, roedores jovens alimentados com a batata transgência mostraram, após 110 dias, lesões pré-cancerosas no aparelho digestivo, limitado desenvolvimento do cérebro, fígado, testículos, pâncreas, intestinos dilatados e danos no sistema imune, relataram os cientistas Puztai e Ewen, autores do estudo.

Já a doutora Irina Ermákova, da Academia de Ciências da Rússia, publicou que ratas alimentadas com soja RR (tolerante ao herbicida glifosato, liberada no Brasil) tiveram excesso de filhotes malformados e com pouca sobrevida: os sobreviventes eram estéreis. Além disso, num comunicado ao 14º. Congresso Europeu de Psiquiatria, ela advertiu ainda que a mesma dieta elevou os níveis de ansiedade e agressividade dos roedores.

Com resultados bem semelhantes, cientistas das universidade de Urbino, Perguia e Pavia, na Itália, revelaram que a alimentação de camundongos com soja RR provocou alterações no pâncreas, fígado e intestino dos roedores.

Reações humanas ao algodão, milho e soja

Na Índia, em seis aldeias, os trabalhadores de plantações do algodão Bt (transgênicos) tiveram afecções de pele, olhos e aparelho respiratório. Detalhe importante: todos tinham, anteriormente, trabalhado com algodão não geneticamente modificado (convencional), sem apresentar esses problemas de saúde.

Em outro caso relatado por Lewgoy, nas Filipinas, em 2003, cerca de 100 pessoas que viviam perto de uma plantação de milho Bt Mon810 tiveram reações cutâneas, intestinais, respiratórias e outros sintomas quando o milho começou a florescer. “Testes do sangue de 39 pessoas acusaram a presença de anticorpos contra a toxina Bt, o que reforça a suposição de que o pólen seria a causa do episódio. Esses sintomas reapareceram em 2004, em ao menos quatro outras localidades onde foi plantado o mesmo cultivar de milho”.

Já na Grã-Bretanha verificou-se um grande aumento nas alergias à soja após a introdução do produto GM. “Em 1999, em curto espaço de tempo, alergias causadas pelo consumo de soja tiveram um salto na incidência de 10% para 15%”.

A soja geneticamente modificada foi introduzida justamente naquele ano no país. E os testes sangüíneos para anticorpos revelaram reações diferentes das pessoas a variedades de soja não-transgências e transgênica (que tem maior concentração de uma proteína alergênica, por “coincidência”).

Mortes de animais

Após a colheita do algodão, no distrito de Warangal, em Andhra Pradesh, Índia, 10 mil ovelhas que pastaram folhas e brotos das plantas transgênicas adoeceram e morreram em cinco a sete dias, conta o geneticista. A causa provável apontada foi a a toxina Bt (do produto transgênico), sendo que não houve mortes de ovelhas nos campos de algodão não-Bt.

Enquanto isso, em Hesse, Alemanha, doze vacas leiteiras de um rebanho, alimentadas com folhas e sabugos de milho Bt 176, duplamente transgênico, resistente ao herbicida glufosinato e secretor da toxina Bt, morreram. A Syngenta, fornecedora das sementes pagou 40 mil euros de indenização ao fazendeiro, mas as amostras coletadas para exames de laboratório sumiram, misteriosamente.

Por outro lado, em fazendas dos Estados Unidos constatou-se que, entre ração transgênica e não-transgênica, os animais preferem a última: “Em testes feitos em fazendas, vacas e porcos repetidamente rejeitaram milho GM Bt. Animais que evitaram alimentos GM (soja RR, milho Bt) incluem vacas, porcos, gansos selvagens, esquilos, veados, alces, ratos e camundongos”, destaca o parecer.

Crítica à CTNBio

Quando aprovou a liberação comercial do milho transgênico da Bayer (resistente ao herbicida glufosinato), recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) afirmou que a espécie não é potencialmente causadora de degradação ao meio ambiente ou de prejuízos à saúde humana e animal. “Esta afirmação não se sustenta nos fatos”, critica o cientista gaúcho e conselheiro da Agapan.

Segundo ele, as duas únicas pesquisas publicadas a respeito foram duramente criticadas por pesquisadores independentes por serem mal elaboradas, mas mesmo assim detectaram problemas no uso do produto. Um experimento com galinhas, cita Lewgoy, mostrou que as aves alimentas com ração de milho geneticamente modificado tiveram o dobro da mortalidade, além de menor ganho de peso. A segunda experiência empregou a proteína PAT, que o milho transgênico sintetiza, e filhotes de ratos alimentados por 13 dias com baixas ou altas doses da proteína tiveram problemas de crescimento.

Além disso, completa, são muito reduzidos ou inexistentes os estudos sobre a digestão no organismo humano e animal do herbicida e seus metabólitos (empregados na planta e na espiga transgênica), bem como sua interação com os microorganismos do aparelho digestivo.

Riscos preocupantes

“Os riscos de saúde, humanos e animais, do consumo de transgênicos agrícolas, expostos e documentados neste parecer, imediatos – por exemplo, alergias – e a médio e longo prazo, afetando os sistemas nervoso, digestivo e imune, são preocupantes”, afirma o geneticista.

Na conclusão do documento, ele recomenda que seja exigido o cumprimento da lei que determina a rotulagem dos produtos transgênicos disponíveis aos consumidores. Orienta também para que o Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e dos demais estados e municipios tomem medidas judiciais para impedir o licenciamento e liberação comercial dos transgênicos que não tenham passado por rigorosas avaliações, feitas por cientistas independentes, declaradamente sem conflitos de interesse, ressalta.

“Os defensores dos transgênicos estão ficando acuados, os fatos sinalizam que alguma coisa há de errado. Estamos na véspera de grandes acontecimentos para derrubar os mitos dos transgênicos, que só existem pelas enormes quantias que as empresas do setor investem”, disse Lewgoy à EcoAgência.

Genoma é muito complexo

O geneticista destaca que o genoma é extremamente complexo, por isso é impossível aos cientistas que trabalham na produção de transgênicos controlar todos os seus efeitos.

Para ele, estes fatos todos só não têm vindo à público por omissão da imprensa e cumplicidade de boa parte dos cientistas, alguns ingênuos – acreditando que ser contra os transgênicos é ser contra a ciência – e outros silenciados ou pagos pela indústria. Mas dois cientistas brasileiros já abandonaram a CTNbio por não concordarem com os procedimentos do órgão na avaliação dos OGMs, lembra.

Por estranho que pareça, destaca, há muitos cientistas norte-americanos contestando os OGMs e que estão sofrendo represálias por isso: “O poder financeiro dessas empresas é estarrecedor, mas não estão conseguindo mais tapar o sol com a peneira, há uma série de denúncias contra os transgênicos, estamos vivendo outros tempos”, acredita o cientista.


Fonte:Ulisses A. Nenê para a EcoAgência de Notícias



RBS Zero Hora é condenada por permitir assédio moral

A Justiça determinou que a RBS Zero Hora Editora Jornalística deixe de permitir ou tolerar que trabalhadores sofram assédio moral, sob pena de multa de R$ 200 mil por ocorrência da prática.


A decisão da juíza Patrícia Dornelles Peressutti, da 7ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, ainda obriga a empresa a pagar indenização no valor de R$ 500 mil por danos morais coletivos. A empresa pode recorrer da sentença.

A ação civil pública foi impetrada pelo MTP (Ministério Público do Trabalho), por meio do procurador Viktor Byruchko Junior.

A RBS também terá que fornecer a cada um de seus funcionários, inclusive terceirizados, mediante recibo de entrega, cópia da petição inicial e da decisão condenatória final, comprovando nos autos, até 30 dias após o trânsito em julgado, o cumprimento da obrigação, sob pena de multa de R$ 1 mil por dia de atraso na comprovação. Tanto as multas quanto a indenização são reversíveis em favor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).

A ação que originou a condenação foi promovida em razão de diversas reclamações trabalhistas envolvendo a empresa e a atuação de um mesmo funcionário, gerente do setor de classificados. Ele é acusado de xingar e humilhar seus subordinados, inclusive com palavras de baixo calão.

De acordo com a ação, a direção da empesa, embora alertada do que vinha ocorrendo, nada fez e inclusive despediu uma funcionária vítima do assédio e que denunciara o fato. Tais circunstâncias foram decisivas para a condenação, segundo a juíza.

O MPT tentou inicialmente obter a adesão da empresa a um termo de compromisso de ajuste de conduta, mas os termos propostos não foram aceitos.

Fonte: FEEB/RS

quinta-feira, 5 de julho de 2007

solidariedade colorada



Tô com o Hals, do Alívio Refrescante, nessa: também sou colorado, secador, mas nem nosso pior inimigo merece uma coisa dessas!!! Toda minha solidariedade aos co-irmãos, nessa hora trágica.


"Sou colorado, secador, mas isso é demais. Britto como presidente do Grêmio. Será que o arsenal de boquinhas desse camarada não acaba nunca??? O cara vendeu o que pode, fez um governinho meia-boca e está sempre com o burro amarrado na sombra. Será uma administração tipo Azaléia, com jogadores sendo dispensados na véspera do final de ano com um pé na bunda? O Kayser já tinha dado uma letra numa postagem do seu blog. Agora o Guga Türk confirma isso no Alma da Geral.Se for necessário eu compro um título de sócio-remido-gremista - fanático -desde-criancinha só para participar do impeachment dessa figura. E eu que achava que o Corínthians estava mal, nas mãos do Berezowski." (Hals)

veja quem defende o Banrisul


Veja os deputados estaduais que assinaram a PEC:

PC do B

Raul Carrion

PDT

Adroaldo Loureiro

Gerson Burmann

Gilmar Sossella

Giovani Cherini

Paulo Azeredo

PMDB

Gilberto Capoani

PSB

Heitor Schuch

Miki Breier

PT

Adão Villaverde

Daniel Bordignon

Dionilso Marcon

Elvino Bohn Gass

Fabiano Pereira

Ivar Pavan

Marisa Formolo

Raul Pont

Ronaldo Zülke

Stela Farias

Do site do Sindbancários:

A Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul obteve nesta quinta-feira, dia 5, a 19ª assinatura necessária para protocolar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limita a venda de ações do Banrisul. A expectativa dos parlamentares é que já na próxima semana a PEC comece a tramitar na Assembléia Legislativa. A medida prevê que a venda ou alienação de mais de 5% do capital de empresas públicas precisa de autorização legislativa.

A notícia foi comemorada pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), que vai intensificar ainda mais a busca de adesões para o abaixo-assinado em apoio à PEC.