segunda-feira, 9 de junho de 2008

Duas novas indicações:

o Agente 65 acompanhamos já a algum tempo, mas por falha nossa ainda não estava nos links. É um caminho seguro para quem quer se inteirar das coisas da aldeia. Agora, se não gostas de blog com opinião forte, nem acessa.

Já o Zurdo conheci hoje. E graças à indicação do bom Agente (viva a rede de blogs alternativos!).

Lê aí embaixo um fragmento da auto-apresentação e vê se não dá sentir de cara que é um dos blogs que tem afinidade com quem vai na (e acessa a) couve:

"Zurdo em espanhol quer dizer canhoto, esquerdo. E este blog significa uma postura alternativa às oficiais(...) teremos uma postura radical diante dos fatos procurando estimular o pensamento crítico"

Lá tem uma entrevista bem legal (uma das postagens recentes) feita pelo povo da Catarse com Carlos Latuff sobre arte engajada.

Vale conferir.

Simon e o silêncio do Mampituba



Postagem do dia 28 de março do RS Urgente segue atualíssima:


"O senador Pedro Simon (PMDB) segue em absoluto silêncio sobre os escândalos envolvendo seus aliados políticos no Rio Grande do Sul, denunciados pela Polícia Federal pela prática de crime organizado e de formação de quadrilha, entre outras coisas. Nenhuma palavra, nenhuma frase. Quando atravessa o Mampituba, o silêncio do senador transforma-se em rápida eloqüência. Simon está sempre pronto a cobrar esclarecimentos em Brasília (...)


Já sobre o Detran e sobre as denúncias envolvendo a prefeitura de Canoas, apenas para citar dois exemplos, Simon faz de conta que não é com ele. O mesmo silêncio, aliás, é exercitado pelo senador Sérgio Zambiasi (PTB). Tudo se passa como se o que está acontecendo no Rio Grande do Sul não lhes dissesse respeito."

imagem vale por mil palavras




A frase acima nunca foi tão verdadeira.
Aos desavisados, ajuda a entender melhor o que se passa.

Em tempo: essa eu peguei do Diário Gauche (postado em 08/06). O encontro se deu em 07/06.

O que Busatto falou (de fato)



Opções


O que interessa, nesse momento? Julgar a legitimidade do ato do vice governador, ou apurar as irregularidades absurdas ditas pelo ex-secretário da fazendo do governo Britto e agora ex-chefe da Casa Civil do Govern Yeda??

Bem, ficamos com a segunda opção, pelo bem do Rio Grande.

Vitimização

O RS Urgente, como sempre, foi na couve: "Cézar Busatto está executando uma deprimente e histérica peça de vitimização", ao dizer que "suas palavras foram mal-interpretadas e que está sendo sacrificado por “ter dito a verdade” em sua conversa com o vice, Paulo Feijó (DEM)."


Conivência

Na verdade, Busatto tem é que AGRADECER, pois boa parte da mídia está aceitando de lambuja sua versão de que, quando disse que o governo Yeda se elegeu utilizando recursos do Banrisul e do Detran, estava se referindo a contribuições dos CCs.

É extremamente bondosa e CONIVENTE a interpretação de que o ex-secretário dos governos cruz e credo se referia aos CCs. O que Busatto de fato afirmou foi que o Banrisul é fonte de financiamento das campanhas do PMDB e o Detran e o Daer do PP. Isso será esquecido??




Por que a grande imprensa não noticia o que atinge a maioria da população?



Mais uma extraída do Núcleo Piratininga de Comunicação, blog indispensável para quem se interessa pelo tema Democratização da Comunicação. Entra lá e lê a íntegra da matéria
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Origem elitista dos jornalistas é uma das raízes do problema


Para Beatriz, a pergunta “de onde vem o jornalista?” pode responder uma das origens da ausência de cobertura de políticas públicas na grande mídia. Grande parte dos que ingressam nos cursos de jornalismo são filhos de classe média ou alta, assim, “as grandes mazelas sociais não fazem parte do cotidiano desses futuros jornalistas”.

Outra origem da questão destacada pela jornalista é a formação do comunicador: mais técnica do que humanista e com foco no mercado. Essa formação também não possui, de acordo com ela, uma oferta de conhecimentos mínimos sobre o tema políticas públicas.

Em um segundo bloco de situações que podem causar essa ausência de cobertura, estão as condições de trabalho dos jornalistas. Segundo Beatriz, com as redações bastante enxutas, condições precárias de trabalho, a informação transformada em lucro e a falta de independência do jornalista na escolha da pauta, o resultado é um jornalismo que não aborda as questões que atingem a maioria da população.

Ainda uma terceira raiz do problema apontada por Beatriz é a concentração dos meios de comunicação. A jornalista lembra que apenas 9 famílias controlam 85% da informação no Brasil, apesar do artigo 220 da nossa Constituição proibir o monopólio.

falta fabricarem as pessoas que vão assistir aos programas!”, brinca, sobre o fato de uma mesma empresa deter todo o processo de produção e distribuição da informação.


Soluções


Nas redações, uma formação continuada dos jornalistas, a investigação de dados e informações públicas, a cobertura do processo das políticas públicas, podem, de acordo com a palestrante, serem passos na solução do problema. Além disso, a prática de ouvir os beneficiários dessas políticas e de estabelecer canais de comunicação entre a população e a imprensa, como ouvidorias e a própria figura do ombusdman, seriam iniciativas importantes.

Na universidade, a criação de disciplinas obrigatórias específicas sobre as políticas públicas e projetos de extensão, também atuariam nesse sentido.

Essas iniciativas, para Beatriz, devem ser somadas a outras com foco específico na sociedade em geral, como a criação de disciplinas nas escolas sobre leitura crítica da mídia e a própria formação do cidadão sobre o papel da Estado e da Sociedade. Nesse sentido, o direito à comunicação deve ser entendido como um direito tão importante quanto qualquer outro.

Mas enquanto não entendermos que a notícia deve ser de interesse público e entendermos o ser humano como sujeito da história, não mudaremos esse diagnóstico”, afirmou Beatriz Barbosa. A jornalista mencionou ainda que quando se trata de políticas públicas de comunicação, é que o tema não aparece de maneira nenhuma na grande imprensa.


Raquel Júnia